domingo, 25 de janeiro de 2015

Ah, minha doce São Paulo. Nessas horas devo fazer minhas as palavras de Caetano "alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruza a Ipiranga com a Av. São João". Cidade cinza e de tempo tão imprevisível quanto seu trânsito, que pode chegar a um total de 600 Km no horário de pico que já nem existe mais, porque toda hora o transporte está cheio. Carros dividem espaço com os pedestres, ônibus, vans escolares, motoqueiros e bicicleteiros. Ciclofaixas, faixas de ônibus, avenidas. Poluição.
Cidade abafada e quase sem árvores, mas também é a cidade do Parque do Ibirapuera, do Carmo, Vila Lobos, Ecológico do Tietê, Chico Mendes. Do Sesc Consolação, Belém, Itaquera... Praça da Árvore e Jardim São Paulo. Corinthians-Itaquera e Palmeiras-Barra Funda. São Paulo cinza predominante, mas que na periferia permite cores e grafite. Ah, minha doce São Paulo de feiras livres às terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos! Que acolhe o nordestino, o nortista, o sulista, o centro-oeste, bolivianos, italianos, japoneses, coreanos, nigerianos, haitianos e tantos outros estrangeiros. Palco da bossa nova, do jazz, do samba, do funk, do rock, do pop, MPB. Do balé clássico ao tango.
É tanto estresse no dia a dia, que não paramos para observar sua beleza e sua falta. Os viadutos coloridos, que abrigam sob suas marquises pessoas sem casa, mas que dão tudo o que tem ─ que é nada ─ e dividem entre si. Tanto estresse, mas ainda sobra bom humor para conversar na hora de voltar para casa com alguém que você nunca viu na vida apenas para se distrair. Sobra espaço para ser gentil, ajudando uma senhora a descer do ônibus.
No meio da loura, sobra ainda um espaço para ouvir as histórias de amor das pessoas e animar a correria da Paulista, até porque, quem nunca viu Marinete cantando Ivete na Paulista? Ou o cover do Elvis Presley? Ah, São Paulo dos pedidos de casamento no meio da Paulista na decoração de Natal. Dos almoços em família e de shoppings lotados no fim de semana, porque Paulistano não tem tempo para a praia em tempo de trabalho.
E quando chove? Alaga tudo e se perde tudo, mas o paulistano tem garra para tirar a lama da casa e recomeçar tudo, levantando as cinco da manhã para trabalhar no dia seguinte. Com chuva ou sol, ou os dois. Nada nos abala.
São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, é tudo junto na mesma casa e coitada da dona Maria quando se junta todo mundo na casa dela para assistir aos "clássicos" futibolísticos, mas ela já tem a tática e prepara aquele macarrão com molho e um frango frito, ou assado. Depois todo mundo bebe uma cerveja e ri da desgraça do 3x0 do seu time.
Por falar em comida, churros, pastel, sanduíche de mortadela do Mercadão. Hum, hum, huuuum. Só que a pizza ainda é o prato preferido do paulistano com várias pizzarias, de todos os tipos, espalhadas pelas cinco regiões da cidade.
E as mulheres? Loiras, morenas, pardas, japonesas, mouras. Altas, baixas, magras, gordas, e todas com seu charme. Gays, héteros e trans ainda tentam conviver em paz, mas quando se vai a Rua Augusta não importa sua opção sexual, o que vale é aproveitar os barzinhos e o Beco 230.
São Paulo da Mocidade Alegre, Vai-Vai e Nenê de Vila Matilde, entre tantas outras escolas de samba que dão um colorido ao carnaval.
São Paulo das histórias de amor, das fábricas que escurecem o dia, dos cachorros e gatos, dos vizinhos e prédios arranhando o céu. Onde o número de celular cresce a cada dia e não vamos o próximo a nossa frente. Mas ainda existem os que abaixam os aparelhos para observar o fim da tarde da Estação Brás, passando dentro do metrô. Não é mais a terra da garoa, mas da seca ou tempestades.
Mas São Paulo é a minha cidade. Onde nasci, onde cresci e onde, mesmo com os índices de violência, educação, falta de tudo, quero que os meus filhos cresçam também. É a cidade onde posso encontrar meu amigo num lugar inusitado, ou onde posso encontrar meu futuro marido. Não acredito nesse papo de "não existe amor em São Paulo".
Mas hoje, ah, São Paulo, minha senhora de 461 anos e cabelos cinzas. Você faz aniversário e cada um de nós, paulistanos ─ de coração ou por ter nascido mesmo aqui ─ lhes desejamos felicidades. Que a senhora, Dona São Paulo, seja tão acolhedora quanto és. Os problemas sempre existirão, mas resta a nós lutar para melhorar ou apenas nos conformarmos. Eu, Letícia, vou lutar para melhor. Porque São Paulo é a minha casa. Se não fosse São Paulo, eu não existiria. Obrigada por me acolher, a cada manhã. Parabéns São Paulo, pelos seus 461 anos!


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Ah, 2015. Ano novo, vida nova. Sim, vida nova! Porque esse ano eu decidi que será o meu ano. Entrei para academia e, ah, adotei uma gatinha que minha mãe salvou. E posso dizer que comecei muito bem. Mas não estou aqui, agora, para falar da Luna, minha gata, e sim da academia.

Meu primeiro dia, 12 de janeiro, foi o treino inicial. Puxado demais! Fiz 25 minutos de esteira para aquecer e depois fui para os aparelhos e até me dei bem, o meu maior inimigo foi o calor excessivo em São Paulo. No dia seguinte, esteira e bike e, meu Odin, eu não sentia mais minhas pernas depois, só que ainda assim fui para a academia no dia seguinte e fiquei tão mais tranquila. E então chegou a quinta-feira. Aula de Aeróbica. O resultado foi catastrófico. Nem conseguia levantar direito na sexta-feira para trabalhar e no sábado ainda estava doendo.
Passei o fim de semana longe da academia e então chegou a segunda-feira novamente e eu não iria mais para a academia pela manhã, por conta do calor. Professor diferente, incentivo diferente. O Vini disse que eu era guerreira só de subir as escadas da academia ─ sim, porque é muita força de vontade para aquilo. E hoje, quando cheguei e me pesei, estava lá meu primeiro resultado.
No dia 12 eu estava com 92,75kg e para quem tem singelos 1,56m de altura, isso é princípio de obesidade. Eu não queria, e não quero, chegar ao estágio de obesidade com risco de diabetes, hipertensão e, pior, um AVC. Hoje, dia 20 de janeiro de 2015, estava com 90,70kg. Menos 2,05kg de uma semana para a outra. Não deixei de comer para alcançar esse resultado, muito pelo contrário. Comecei, além da academia, a reeducar minha alimentação e meu apetite. Menos arroz e feijão, mais verduras, legumes. Frutas. Comer nas horas certas também ajudou bastante, mas sempre uma fruta!

Depois de um treino puxado, minha recompensa!
Não vou negar e dizer que não tenho preguiça, porque trabalho longe da minha casa ─ mais de uma hora e meia de condução para ir e depois o mesmo tanto para voltar ─ e não fico direito com a minha mãe, meu pai, meus animais, sem a TV ou o notebook. Tenho muita preguiça. Mas então eu lembro que já paguei 178 reais esse mês para frequentar a academia e que esse dinheiro não vai voltar, mas os dois quilos, e mais uns amiguinhos, voltarão com toda força.
Eu quero poder subir uma escada sem cansar, subir a ladeira para ir à Igreja sem ficar morrendo. Quero entrar em uma loja e encontrar uma roupa legal e que caia bem em mim. Quero usar saias e vestidos sem parecer um botijão de gás. Para ser bem sincera, quero me amar ainda mais.
Não estou fazendo academia por pura estética, mas pela minha saúde em primeiro lugar. E se você, leitora, está pensando em ir para a academia, mas está com preguiça, levanta dessa cadeira e vai caminhar, vai fazer sua matrícula na academia e vai ser feliz! Porque, infelizmente, ser feliz fora do peso ideal para a sua saúde é muito difícil.